22 junho 2017

Artigos sobre fotografia de Marte e plataforma para astrofotografia.



Recentemente disponibilizei dois artigos meus já meio "antigos" que foram publicados na extinta (e ótima) revista "Macrocosmo":
O primeiro artigo traz uma imagem de marte com uma relatório de análise numérica de tons do planeta, mostrando que mesmo um sistema de pequena abertura (no caso 5 polegadas) pode revelar detalhes da superfície de Marte.

O segundo artigo traz uma análise matemática rigorosa das chamadas "plataformas de fechadura de porta" que podem ser acopladas a motores para fornecer imagens do céu impressionantes. Esse artigo aborda particularmente o problema do erro de guiagem com relação a diversos tipos de mecanismos de movimento desses sistemas e pode ser útil a astrônomos amadores que quiserem montar seus próprios sistemas de astrofotografia.

Para esses artigos, um número DOI foi gerado e eles podem ser acessados nos links acima. 

7 comentários:

  1. Olá, Ademir!
    Sou fotógrafo há quinze anos e recentemente comecei a me interessar por astrofotografia. Na medida do possível, consigo praticar alguma coisa apenas com minhas câmeras e lentes, já que não possuo um telescópio ainda (atualmente o custo de um decente é proibitivo).
    Pesquisando sobre sistemas de guiagem, encontrei teu excelente artigo e me animei a construir uma plataforma para tentar fotografar objetos diferentes, como nebulosas, já que atualmente tenho focado minha atenção ao centro da Via Láctea. Porém, embora eu não descarte a hipótese de construir um dos sistemas de guiagem que você tão bem descreve em seu artigo, me ocorreu que seria possível, através de um micro-controlador e um motor de passo, desenvolver um sistema que seja mais compacto e menos complexo de se construir, podendo ser carregado a lugares remotos com mais facilidade. Se meu raciocínio está correto, sabendo a velocidade angular da esfera celeste para uma determinada declinação, e a janela de exposição, em minutos, seria possível informar ao controlador esses dados e fazer com que o motor de passo gire na velocidade correta para manter o sincronismo. Você vê alguma falha nesta lógica?
    Meu objetivo final seria criar um protótipo utilizando Arduino (plataforma com a qual já tenho familiaridade) e, se tudo der certo, compartilhar abertamente o projeto com a comunidade de astrofotografia para que qualquer um pudesse construir seu tracker caseiro, visto que a maioria dos entusiastas no Brasil sofre com os preços elevados de qualquer coisa - hardware ou software - relacionado à área.
    Qualquer comentário ou observação serão de imensa valia.
    Muito obrigado!

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  2. Ola Lucas
    Creio que é possível usar Arduino para se corrigir o erro de tangente, seja na plataforma simples, ou nas diversas plataformas existentes. É possível, inclusive construir uma plataforma, 'altazimutal' usando dois motores (um para elevação e outra azimute). Quem tiver habilidade para eletrônica será capaz de realizar a montagem. Para longas exposições, entretanto, uma plataforma altazimutal está comprometida pelo fato de que, nesse sistema, o plano da imagem gira, de forma que é necessário acrescentar um terceiro motor na objetiva da câmera... Enfim, o mais simples é usar uma plataforma equatorial simples e corrigir eletronicamente o erro da tangente.

    Essas plataformas que tratam o post são todas criadas na era anterior a dos microcontroladores. Então as pessoas exercitavam suas capacidades mecânicas para criar soluções engenhosas. Hoje em dia, como vc sugere, isso pode ser resolvido eletronicamente...

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  3. Antes de mais nada, obrigado pela resposta, Ademir!
    De fato, após pesquisar melhor, vi que há muitas pessoas utilizando microcontroladores nessas plataformas de dobradiça, com variados graus de sucesso. Minha intenção, embora ache interessantíssima a ideia de construir uma plataforma puramente mecânica, é criar um sistema compacto e mecanicamente mais estável, que possa ser carregado de forma mais conveniente. Eu costumo fazer trilhas de dezenas de quilômetros pra observar astros e fotografar, o que traz a necessidade de algo que possa ser facilmente acondicionado numa mochila cargueira. Estou me baseando em trackers como o SkyTracker para construir o meu.
    Quanto à montagem, pensei em utilizar um tripé fotográfico robusto, alinhar o eixo de rotação do tracker com o polo celeste e acoplar nele uma cabeça de esfera para ter liberdade de movimentos (algo bastante similar às ilustrações do teu artigo). Dessa forma, acredito que posso utilizar o microcontrolador para calcular e aplicar automaticamente a velocidade angular efetiva para uma determinada declinação, correto?
    Obrigado novamente pela contribuição!

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    1. Sim, Lucas, é possível realizar o tracking e corrir o erro da tangente usando uma plataforma de sua escolha usando microcontroladores. Gostaria tb de divulgar um link para a versão em ingles desse artigo antigo que preparei este ano:

      https://www.researchgate.net/publication/332467241_The_theory_of_barn-door_trackers

      Ele contem algumas atualizações, mas é, essencialmente, o artigo publicado na Macrocosmo.

      Excelente a ideia sua de combinar as trilhas com as fotografias do céu. Assim, vc consegue os melhores lugares sempre para boas astrofotografias, ainda mais no inverno quando o céu é magnífico!

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    2. Obrigado novamente pela resposta, Ademir!
      Vou tentar construir o tracker com um grupo de entusiastas aqui de SP. Também vou checar o artigo atualizado pra ver se obtenho alguma informação adicional.
      Quanto às trilhas, tenho tentado (infrutiferamente...) fazê-las desde maio, sempre na fase de lua nova, mas sempre ocorre alguma coisa que me impede. Hoje mesmo estou tentando achar algum local próximo para ir mas, exceto pelas regiões do extremo sul e oeste do estado, São Paulo é bastante complicado por causa da poluição luminosa. Minas Gerais é, quase sempre, uma ótima escolha, mas a distância atrapalha às vezes.
      Enfim... espero que ainda este ano eu consiga realizar o projeto e utilizá-lo no próximo inverno.
      Um abraço!

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    3. Lucas, realmente Minas é a melhor opção. No mínimo 200km de distância dos grandes centros é necessário. Uma vez eu fui até próximo a S. G. do Sapucaí e tive uma visão do céu de inverno inesquecível. Como moro na região de Brasília, também observei recentemente o céu de inverno em Alto Paraíso de Goias (paralelo 14), mas a proximidade com Alto Paraíso prejudica um pouco. O céu de Minas ainda foi o melhor, muito bom. Vale realmente a pena.

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